No hospital de Mariana, internaram uma criança em estado grave. Seu corpo apresentava queimaduras. O próprio pai tinha ferido a criança indefesa. Pode parecer um gesto de loucura, porém, infelizmente, os casos de brutalidade e violência contra as crianças são mais freqüentes do que pensamos.
Eis um dos pontos em que todos temos de melhorar. Como tratar as crianças? A resposta é simples: com muito amor. A razão mais profunda é a certeza de que "cada criança que vem a este mundo, é criada e amada por Deus. Deve ser acolhida como um dom de Deus à humanidade".
Ela nos é confiada para que colaboremos no seu pleno desenvolvimento, tornando-a capaz de entrar em comunhão com Deus e de se realizar como pessoa, fazendo o bem a seus semelhantes.
Há, é certo, quem trate as crianças com afeto e carinho, transmitindo-lhes educação, segurança e desejo de viver. Graças a Deus aí estão os pais e educadores abnegados, capazes de acompanhar e orientar as crianças com sacrifício e carinho, ajudando-as a discernir valores, formar a consciência, acreditar na vida e assumir responsabilidades.
No entanto, é também verdade que ainda hoje no Brasil muitas crianças são vítimas do egoísmo, da frieza e da brutalidade dos adultos, até na própria família. Há pais que gritam, batem nos filhos e impõem castigos absurdos. Como deve ser traumatizante para uma criança ser espancada pelo pai alcoolizado.
Não há só a agressão física. Como ficam os filhos, vítimas de descaso, solidão e abandono? Para corrigir uma criança vale muito mais o amor. Crianças sofridas, de olhar triste, amedrontadas, subnutridas, quantas são pelo Brasil afora? Vamos reformar nossa atitude para com esses pequeninos.
Temos que abrir o coração para acolher a criança, nela acreditar, compreendê-la e animá-la. Aprendamos com Jesus Cristo a amar os pequeninos. São filhos do Pai que está nos céus. Que a nova etapa política continue incentivando a implementação do artigo 227 da Constituição e do Estatuto da Criança e do Adolescente, que estabelecem, com absoluta prioridade, o dever da família, da sociedade e do Estado de assegurar à criança e ao adolescente, entre outros, o direito à vida, à dignidade e ao respeito e à convivência familiar e comunitária, colocando-os a salvo de toda violência e agressão.
As crianças precisam de amor, de muito amor. Você será feliz se fizer uma criança feliz.
Dom Luciano Mendes de Almeida Fonte: CNBB |
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